quinta-feira, 14 de março de 2024

sinto que sou burra

 "é claro que ele vai voltar pra verificar se você ainda é burra". vi essa frase outro dia e bateu forte aqui; me pegou, como dizem. e agora eu me vejo aqui: com o celular na mão, respondendo uma mensagem sua e pensando nessa pequena frase. eu quero responder porque é o que eu sinto que quero fazer, ao mesmo tempo que sinto que deveria esperar mais uns minutos. e sobe um frio na barriga... fico ponderando e achando que consigo me blindar das sensações e desejos. um esforço imenso, eu sei. mais fácil responder, não? choices & consequences. respondi; um oi de merda igual ao dele, porém com mais desejo e intenção, querendo algo em troca.

agora o inimigo é outro: a espera do seu retorno; mais daqueles silêncios ensurdecedores. no fundo acho que era esse momento que eu queria evitar. a ceninha citada no texto anterior segue, a garota pra lá e pra cá mas agora esperando por algo - isso porque semanas atrás ela esbravejou que ele só ficaria com ela se ela quisesse, eu aviso ou vocês, meus leitores? ledo engano, minha pequena. agora senta e espera (ou chora)? afinal, este não é nada além de um cara que ignorou sua mensagem por quase 15 dias, pois bem. "tente se lembrar de como ele fez você sentir", digo a mim mesma. assim, e só assim, eu consigo tomar uma distância, dar um passo atrás, a ansiedade vai diminuindo, e aos poucos aprendo a confiar no meu sentir. agora mesmo sinto que sou burra! (te dou o direito de me julgar por cinco segundos, leitor. valendo!) não há mais o que dizer, apenas rir desta tão tola mulher.

sábado, 13 de janeiro de 2024

um oi de merda no vazio

eu to aqui com meu chá na mão e olhando pra sua mensagem enviada ontem que diz apenas "oi". oi? sério? depois do baita texto que escrevi? por isso que dizem que quando você envia um textão não se deve esperar absolutamente nada da outra parte. eu realmente não esperava muita coisa de você, tinha até me contentado com o imenso silêncio, mas daí pra um mero OI é muita sacanagem, você não acha, leitor? fico pensando aqui o que será que ele espera que eu responda, mas aí lembrei que estamos falando dele, então sei que ele sim não espera nada, inclusive até entende. a parte boa é que eu não estava esperando por um mensagem sua, por isso quando vi foi uma grande surpresa. meu chá já acabou, será que faço outro ou pego um café? afinal acho que vou precisar de algo mais forte. quem sabe acender um beck e fingir que isso não está acontecendo. eu sei que esconder sua mensagem e tentar ignorá-la eu não vou conseguir, pois quero te responder neste exato momento mas também estou ponderando. eu deveria mesmo era apagar essa merda de mensagem. vou adiando a minha resposta enquanto escrevo isso aqui; meu celular está aberto na sua conversa e eu me sentindo igual aquelas cenas de filme adolescente onde a garota está andando de um lado pro outro do seu quarto com o celular na mão, completamente ansiosa e pensando no que responder. que ceninha, não? sinto que estou com dor de barriga, acho que vou tomar outro chá; (a)calma.

fiz o chá, acendi o beck - péssima decisão, deu ânsia de vômito -, vou assar uns pães de queijo. veja, leitor, estou apenas tentando dar vasão pra ansiedade que parece corroer o estômago em tão pouco tempo, mas talvez isso seja apenas fome.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

beijo

sabe que agora eu passo as tardes de sol na varanda, ouvindo musicas lentas, tomando café, fumando e escrevendo. e, claro, as manhãs eu passo lendo e fingindo que não to esperando por uma mensagem sua. é, eu sei, deprimente. mas tudo bem, eu aceito isso, pois faço tudo na companhia dos meus adoráveis gatos. sabe também que eu tava pensando muito no beijo que eu ia te dar naquele dia? ontem eu tive um sonho onde eu beijava um cara, que obviamente só poderia ser você, e lembrei imediatamente do beijo breve que você me deu na entrada daquele hall. eu não sabia que queria tanto, que queria mais; mas o inconsciente, sabendo absolutamente tudo sobre mim e meus desejos, não poderia me deixar na mão, não é mesmo? ele fez questão de criar algo em cima da realidade, e o que eu mais queria aconteceu - ainda que nos meus sonhos. foi tão gostoso, eu realmente senti você e seus lábios gelados e úmidos, suas mãos segurando meu rosto e pegando meu cabelo, seus braços me puxando pra perto. eu queria morar nesse momento. mas então a realidade abre a porta, nem bate mais pois já tem a chave. eu acordo já caindo em mim e percebendo que eu estava apenas sonhando; fico brevemente triste e volto a sonhar.

a vida é um morango

é loteria você conseguir, de primeira, morder um morango que seja docinho; e quando não é você tenta torná-lo mais agradável e o adocica com mel, açúcar, leite condensado, creme de leite, outra fruta mais doce. é possível que na vida seja assim também. vivemos por tentar encontrar pequenas coisinhas que tornem a vida mais gostosa, agradável, como pessoas, momentos, lugares, comidas, bebidas, animais… fazemos de um tudo pra deixar a vida leve, suportável. estamos sempre buscando fora algo que nos deixe bem conosco e ainda assim nunca parecemos satisfeitos, sempre em busca de algo que nos preencha; que preencha todo esse vazio que existe em nós, a famosa parte que falta. vamos vivendo assim até nos darmos conta que essa parte não existe e, portanto, nada nos falta, já somos completos. basta perceber. a vida é um morango e ouso dizer que é grande e doce. tudo depende dos olhos de quem vê. o copo está meio cheio ou meio vazio? entende? a vida é um morango, ainda duvida?